Translate

sábado, 1 de novembro de 2014

Cause I'm a Writer e Outras Histórias - Day 40

Se tem uma coisa que realmente me deixa triste é a falta de respeito com que tratam a profissão de escritor. Eu não estou aqui pra dar lição de moral em ninguém, então, nem vou contar sobre as coisas que eu já ouvi... Só uma, talvez, pra justificar a supressão das outras...

Mesmo que eu fale aqui com "propriedade" sobre escrever e mesmo que "Ser e Estar" esteja à venda em e-book pela Saraiva, como nunca publiquei um dos meus livros, nesse sentido de publicar como "ter um livro físico em mãos" ou talvez ganhar dinheiro ou ser conhecido por isso, há quem me diga que eu não posso ser considerada escritora. Não, não importa ter quinze livros escritos. Não, não importa que eu os consiga criar com tempo limitado no computador. Não, não faz diferença que eles tenham mais de cem páginas com início, meio e fim.

Então, falemos de escritores de verdade, certo? Dos que já foram publicados e ficaram conhecidos por seu trabalho, porque eles também passam por essas situações tanto quanto...

Eu tenho pra mim que não é uma perseguição contra escritores, talvez seja só falta de informação ou de reflexão. Como todo mundo aprende (ou deveria aprender, melhor dizendo) a escrever na escola primária, qual seria o mérito dos escritores, certo? Pra cada pessoa que já teve esse tipo de pensamento, eu proponho um desafio:

Pegue lápis, caneta, papel, notebook, sente na frente do computador... Não importa! E tente escrever um romance, com pé e cabeça, capítulos e diálogos, personagens e cem páginas. Cem? Faça cinquenta. E depois me conte se foi fácil.

Sobre essa falta de consideração com escritores, Pedro Bandeira contou em "Lembrancinhas Pinçadas lááá do Fundo" no texto "Ler faz mal... à ignorância" que lhe fizeram a seguinte pergunta:

"Mas o senhor só escreve? Não trabalha?"

Quem cresceu com os livros desse homem como eu cresci, acompanhando às aventuras dos Karas e aprendendo com ele, sendo apresentado aos clássicos da literatura como em "A Hora da Verdade" e "A Marca de uma Lágrima", amando cada linha de tudo o que ele escreveu, deve ter acabado de sentir um sentimento nada agradável por esse senhor sem nome. Mas Pedro Bandeira é Pedro Bandeira e com sua graça costumeira, ele apenas respondeu:

"Não. Eu também leio!"

Nenhum comentário:

Postar um comentário