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segunda-feira, 19 de janeiro de 2015

Cause I'm a Writer e Outras Histórias - Poetry Time 74

Essa, como eu já avisei, é a única poesia que foi escrita em 2010, nesse período eu já estava começando a escrever fanfics com mais fervor, já me dedicando a trabalhos longos, com capítulos, que acabaram tomando totalmente a minha inspiração e me fazendo deixar as poesias um pouco de lado, e é também a única poesia que existe entre as minhas antigas e as últimas poesias que eu me arrisquei a escrever no começo do ano passado, que se mostraram um pouco diferentes do que eu estava acostumada e que me deixaram bem feliz, apesar de terem saído com muito custo.

Pensando nessa poesia e na próxima que eu vou postar, a primeira das novas, que se chama "Cassandra" por motivos que vocês que leem esses textos do "Cause I'm a Writer" já conhecem, é interessante ver como elas parecem se completar. É como se uma puxasse a outra propositalmente, mas na verdade não foi assim. Elas tiveram quatro anos de diferença uma da outra e "Agonizando" nem estava no mesmo caderno com as outras que eu postei, eu a reencontrei realmente quando estava organizando as poesias pra postar aqui. Foi totalmente sem querer, mas elas falam sobre o futuro e sobre ver como o futuro vai ser e eu achei isso bem interessante!

Aqui novamente eu menciono o "Espelho Demoníaco" me observando e, eu não tenho certeza se já disse isso antes, mas uma explicação para essa metáfora seria mais ou menos o meu "eu-adulto", um "eu" de hoje, que sabe que nada dos sonhos de criança vai se tornar realidade e que eu vou ter de aceitar isso mais cedo ou mais tarde. Quanto mais tarde, mais dor... Foi uma dura lição...

Como eu já falei aqui também, eu tive uma tendência muito forte por muitos anos às artes cênicas e o Teatro é uma entidade muito forte nas minhas metáforas (e seria ainda mais, se eu conseguisse voltar a escrever poesias...)! Eu sempre gosto muito de usar a frase "o subir das cortinas", uma clara alusão a ele. Aqui também tem o verso "Se render teatralmente ao que vai me matando" na quarta estrofe que também faz menção a ele.

Um coisa muito importante que também está aqui é a ideia do primeiro verso da sétima estrofe "As rimas mancham esse simples papel". Eu sempre vi as rimas, as poesias e meus textos assim por diante como partes minhas que caíam no papel, como lágrimas ou como sangue...

Outra ideia que eu gosto muito e também está nessa sétima estrofe é a "Dos sonhos lindos evaporando..." não é bem legal pensar em sonhos evaporando como água? Eu gosto muito desse verso!

Mais uma vez eu falo sobre o "quarto escuro", que antes não tinha paredes ou janelas e não impedia a chuva de entrar, se lembram? Assim como em A Casa das Hostesses, depois da Tempestade, vem a Escuridão...

E pra terminar essa explicação, eu acho interessante que aquela criança inocente e sonhadora, que voava com as asas malfadadas na rosa da manhã se transformou num monstro devorador de almas e de esperança...

Poesia do dia 14 de janeiro de 2010 (quinta-feira)

Agonizando

Eu me sinto tão vazia que mal posso chorar.
A minha alma aqui dentro está se rasgando.
Em parte alguma, eu sinto a dor parar.
É terrível me manter respirando.

Eu sinto o ódio rangendo os meus dentes,
Sinto a dor profunda me despedaçando,
O gosto de sangue e de culpa em minha boca, bem quentes,
A loucura corre em minhas veias, me incitando.

O Espelho provocante torna-se mais demoníaco
Diante dos meus olhos, me ludibriando,
Debochando do desesperado batimento cardíaco
Do meu frágil coração ainda pulsando.

O meu viver quer rapidamente se acabar,
Se render teatralmente ao que vai me matando.
Eu quero, eu preciso de lágrimas pra chorar,
Pra jogar fora o que está definhando.

Já estou farta de fingir tudo aguentar,
Porque eu não vou mesmo acabar ganhando!
A quem eu estou tentando enganar?
Qualquer um sabe o final que está me esperando...

Uma parte de mim, desejava viver...
Quando foi que ela foi se acabando?
Que triste fim que a fez esquecer
A sua força pra continuar lutando?

As rimas mancham esse simples papel,
A fria realidade está agora despontando...
Um autorretrato tão cruel
Dos sonhos lindos evaporando...

Foi a falta de fé, de confiança?
Foi isso que um monstro acabou criando?
Um devorador de almas, de esperança?
Isso que agora eu vou me tornando?

É um novo e assustador quarto escuro...
Uma pura e inocente criança brincando...
Traços do triste vislumbre do futuro
Que com o subir das cortinas está começando...

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