Bom, essa poesia nasceu sim numa aula de literatura sobre o Ultrarromantismo (o nome da poesia está diferente porque é uma quebra de ideias, viu? Com o Novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa, cai o hífen de ultra-romantismo e dobra o R).
As principais características desse movimento (que se passou nas décadas de 50 e 60 do século XIX) eram o pessimismo, um sentimento de inadequação à realidade, desgosto de viver... Era a geração do "Mal do Século". São algumas características que a minha poesia vai acabar absorvendo a partir daqui.
Eu tinha falado que as poesias para o eu Apolo tinham terminado, mas aqui ainda encontram-se seus "olhos verdes"... Mas é diferente, porque até mesmo esse amor não deixa mais esse meu eu-lírico feliz ("verdes olhos ingratos"). Outro ponto forte do ultrarromantismo era a ligação com a morte que acabou aparecendo nessa poesia também e que eu ainda vou retomar em poesias futuras.
Como sempre, eu falo sobre a "infância esquecida" e ela sempre volta, perdida, esquecida, traída... Ela sempre acaba voltando.
E, pra terminar, eu AMO essa última estrofe!
Poesia do dia 10 de novembro de 2005 (quinta-feira)
Ultra-Romantismo
Na noite a penumbra da morte,
Do amor da infância esquecida.
A influência dos mestres é forte,
Na obra ocultada, escondida.
Aquele que eu amo de longe
É ele de olhos brilhantes,
Da arte já se fez monge,
Minha vida de almas errantes.
Verdes olhos ingratos,
Faz-me morrer docemente.
Remo da morte, em relatos
Leva-me a morrer lentamente.
Angústia, sufoco vazio.
Amor, sonho perdido.
Quente sopro, arrepio.
Ao refúgio da vida, morrido.
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