Já dá quase pra marcar todos os simbolismos das minhas poesias nessa daqui; o olhar e o céu, a busca incansável pelo amor, a solidão e a maldição.
Não sei se eu continuei a comparar o olhar com o céu muito mais depois que ele deixou de ser minha inspiração poética, mas é uma ideia que eu ainda trago comigo. Duas pessoas podem se ver se olharem ao mesmo tempo para o céu, porque ele é o mesmo em todo lugar do planeta, é isso que eu sempre pensei.
A busca incansável pelo amor só vai ser equiparada mais tarde pela busca incansável pelo "eu", mas não acho que ela algum dia desapareça...
A solidão vai entrar mais em foco nas poesias dos próximos anos, mas ela já começa a ganhar espaço aqui.
E, é claro, como eu já tinha mencionado anteriormente, a maldição da Cassandra tem sempre esse seu papel principal nas poesias desse Apolo (vou me referir a ele como Apolo!), mas, como eu ainda a tenho, ela não foi esquecida.
Poesia do dia 18 de setembro de 2005 (domingo)
Luar no Olhar
Lá no céu, o luar,
Dança e navega no alto,
Trança e seduz, ao cobalto,
Embriaga a quem olhar.
Vem e oculta os amantes
Que à noite vão se encontrar.
Tanto ao bruto, lapidar,
Paixão das mais cintilantes.
Pesquisa dentre o sentimento
E não me deixa me afogar
No verde do teu olhar,
Maré de tanto tormento.
Não me abandone sozinha,
Esperando por seu amor
Que o meu coração traidor
Se entregou sob entrelinha.
A rosa, um beijo, o sol,
O vento nos teus cabelos.
Traduz-se do peito, os apelos
Pelo canto do rouxinol.
Seu sorriso me salvou
Da minha solidão de tristeza.
E ao encanto da tua beleza,
Minha maldição se quebrou.
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