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sábado, 29 de novembro de 2014

Cause I'm a Writer e Outras Histórias - Poetry Time 53

Eu gosto muito dessa poesia! Gosto mesmo, agora, não na época em que a escrevi, é claro, mas eu gosto de verdade de como ela ficou! É um sentimento completamente oposto ao que eu costumava escrever antes, maduro e sombrio e eu acho ela bem trabalhada, apesar da estrutura simples e das rimas rasas.

A terceira estrofe é muito importante, porque é um sentimento que tem me voltado muito nesses últimos tempos: "Eu já escrevi palavras belas,/ Já lutei pelas noites sem luar,/ Por brilhos perdidos de estrelas,/ Por cavaleiros errantes a criar..." ela expressa tão bem o sentimento de sonhos quebrados que me arrepia!

Aqui finalmente eu coloquei a metáfora da Rosa da Manhã contra seu verdadeiro inimigo, pela primeira vez: o Tempo! Mesmo que eles sejam inimigos, porque com o tempo as rosas murcham, com o tempo, a infância acaba e você é obrigado a crescer, ele ainda espera que a desesperança que resulta quando seus sonhos são quebrados possa ser curada mais uma vez, como a Fênix renascendo das cinzas...

Eu gosto muito do verso "Os olhos do abismo infinito" porque ele tem uma relação com a frase de Nietzsche: "Quando você olha muito tempo para o abismo, o abismo olha pra você". É aquele momento em que dentro de você só existe escuridão e você acaba descobrindo o que há de pior em você...

E, é claro, esse final me deixa muito orgulhosa: "Doce perfume que denuncia a morte/ Inimigo que não pode se vencer,/ Que no mundo deixa à nossa sorte,/ Enforcados no destino de viver".

Poesia do dia 26 de junho de 2008 (quinta-feira)

Morte

Doce névoa tão silenciosa,
Que o amargo brilho vem roubar.
Satisfeita com a magia culposa,
Que fez o meu feitiço se quebrar.

O desejo de o descanso retornar
Foi embora sem se despedir.
Para todo sentimento transformar
Sem deixar vestígio do sentir...

Eu já escrevi palavras belas,
Já lutei pelas noites sem luar,
Por brilhos perdidos de estrelas,
Por cavaleiros errantes a criar...

O Tempo, inimigo do pecado,
Da rosa da manhã tenta esperar
A cura da esperança neste fado
Que permite a alma transbordar.

Os olhos do abismo infinito,
Algemas do cárcere profano,
Consegue matar esse espírito,
Com torturas de um demônio insano.

Doce perfume que denuncia a morte,
Inimigo que não pode se vencer,
Que no mundo deixa a nossa sorte,
Enforcados no destino de viver...

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