A poesia que vamos revisar hoje fala mais uma vez nas metáforas que eu usei tantas vezes sobre a infância, sobre amadurecer, mas o que eu acho mais interessante nela é que ela se chama "Uma Razão para Viver" e era exatamente o que eu não tinha nessa época.
Uma Razão para Viver
Nem um raio de sol, só a chuva caindo...
Nada de encontrar a superfície, só submergindo...
Nenhuma saída, apenas escuridão...
Nada mais de concreto, tudo uma ilusão...
A linha tênue do sonho perdido
Limita a visão do ser que chora.
Não há mais ninguém envolvido
Onde a solidão é quem mora.
Vidas por mais que passadas,
Intenções mais que esquecidas,
Palavras não mais repetidas,
Esquecidas e muito cansadas...
Não é problema perder,
Se a perda é lição aprendida.
Ninguém consegue saber
A palavra que quer ser ouvida.
Qualquer intenção é válida
Se a intenção consegue salvar...
Se, no coração a pureza cálida,
Permanecer sem se quebrar.
A lua arrasta um novo dia,
Um dia relutante em nascer.
E os olhos encontram a melodia
De uma nova razão para viver.
A tristeza é inquebrável redoma,
Atada às correntes do juízo
Que a própria cura é sintoma,
Vagar à procura de um sorriso.
Dor da profunda saudade
Quebra o trato com o sofrimento
Para que retorne a felicidade
E acabe esse mar de tormento.
Dá pra perceber que todas essas poesias sempre tem a Escuridão nelas, ela sempre aparece e normalmente é bem na primeira estrofe. Ela controla tudo e, nessa época, ela controlava também a minha escrita, minha inspiração.
Onde a solidão é quem mora."
A Depressão sempre te faz se sentir só e, quanto mais sozinho você fica, mais sozinho quer ficar e acaba afastando a todos!
A palavra que quer ser ouvida.
Infelizmente, não existe uma coisa certa a ser dito pra quem está assim, não existe uma cartilha para ajudar aquela pessoa, ela principalmente precisa querer ser ajudada, mas acho que o mais importante é que não se desista dela, mesmo que ela esteja afastando a todos.
Vejo vocês no próximo
Déborah Felipe
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