Essa poesia é uma importante, porque no texto já postado aqui no blog eu até falo sobre estar com um problema na época. Eu achava muito que o que me incomodava tanto era que eu não queria crescer (o que não é de todo mentira, crescer é uma coisa muito chata, mas é inevitável), eu não conseguia entender que o que tornava tudo mais difícil era a doença. Eu ainda não tinha aceitado a Depressão e ainda não tinha entendido o que acontecia comigo.
Daybreak
Eu já não sou mais o que eu era...
Não existe algo pelo que voltar...
Sou pouco mais que uma quimera,
Um corpo oco por aí a andar...
Eu continuo só porque é preciso,
Não faço nada além de convencer
Que é de verdade meu falso sorriso,
Que eu faço certo ao esperar você...
Estou apostando alto nesse sonho,
Porque já não tenho como suportar
Que ao meu redor é tudo enfadonho,
Bobo e cruel ao me encarar...
Pra que os meios, eu só quero os fins...
Quero que tudo já tenha passado.
Pular todas as fases ruins
E receber só o bom resultado.
É angustiante ainda estar parada.
Por que é tão difícil voltar a viver?
Eu preciso ser logo resgatada,
Já está na hora da vida acontecer...
Eu não me importo de tudo desistir,
Pois não é aqui que eu devia estar.
Se você me ouvisse como eu posso lhe ouvir
Você já saberia onde me encontrar...
Já bastam minhas asas perdidas,
Não quero ter os sonhos quebrados...
Não venham com palavras intrometidas
Que enegrecem meus dias ensolarados.
Eu sinto, pouco a pouco, o dia tendo fim.
A luz da lua está prevalecendo.
O importante agora pra mim
É sonhar com outro amanhecendo...
Eu me refiro a mim mesma como "um corpo oco por aí a andar" e eu não acho que estava tão longe disso, porque eu me sentia vazia e fria por dentro, mais perto da morte do que de ser uma jovem de vinte anos, na faculdade, com todo o futuro pela frente. Eu encarava tudo como se já tivesse de acabar, "eu continuo só porque é preciso"...
Tudo o que eu fazia era sonhar que um dia tudo ia melhorar...
Vejo vocês no próximo
Déborah Felipe
Nenhum comentário:
Postar um comentário