Nada ajudou pra que eu conseguisse ver direito o Kai naquela noite... Talvez se eu fosse mais alta (bem mais alta!), se eu enxergasse de longe, se eu não precisasse trocar meu óculos por um de grau maior, se não tivesse tantas pessoas na minha frente, se eu não tivesse ficado tão longe do palco, se ele não ficasse tão escondido atrás de sua bateria...
Se ele fez alguma brincadeirinha fofa, alguma coisa engraçada, eu não vi... Não vi nada! Nem ele tirando a gravata (coisa que deixou minha Líder muito eufórica!) consegui ver... Não vi também por estar chorando demais no começo do show porque não ia conseguir ver nada...
Mas eu consegui senti-lo! A bateria dele batia bem forte dentro do meu peito, como um segundo coração, muito mais intenso, muito mais estrondoso e muito mais cheio de vida do que o meu de verdade... E eu sentia todo o meu corpo vibrar com os golpes de sua bateria, com o regimento de suas baquetas! Eu podia não enxergá-lo, mas bastava fechar os olhos e lá estava ele, diante de mim, e eu podia ver seus movimentos!
Assim como com todos os outros, eu fiquei na ponta dos pés, me esforçando pra vê-lo mesmo que só um pouquinho e a imagem que eu vi valeu pela minha vida inteira, valeu as horas na fila, valeu a dor nos pés, a dor na alma, valeu o preço dos ingressos, a distância e a precariedade daquele lugar... Tudo porque eu consegui ver o Kai sorrir!
Sereny Kyle
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