No livro "Dom Casmurro", que eu já mencionei por aqui, Bentinho começa um soneto que não leva em frente. Minha interpretação pra isso é que ele não conseguiu terminar de escrever assim como não conseguiu unir as duas pontas de sua vida. Da mesma maneira como não é um soneto só com o primeiro e o último verso, também sua vida não é vida sem Capitu!
No livro, ele dá esses versos que fez ao "primeiro desocupado que os quiser" e eu, como uma grande amante dessa obra e bastante desocupada no período do meu Ensino Médio, coloquei entre eles o que faltava e até que gostei do resultado.
Poesia do dia 15 de fevereiro de 2007 (quinta-feira)
Dom Casmurro
Oh! Flor do céu! Oh! Flor cândida e pura!
Musa inspiradora da minha insônia,
Singela e doce gota de orvalho tão tristonha,
Louvo em um soneto a tua bela criatura!
Celestiais, os anjos que esculpiram tua ternura,
Com teu suspiro, vida emana em cascatas.
E eu lanço mão de tantas artes abstratas,
Renovo o clássico e abandono a escritura.
De novas armas se prepara a mocidade,
Com novos cânticos, com nova muralha,
Com nova alma, nova divindade,
Com novas cores, com o fim da mortalha,
Canta-se agora a justiça, a liberdade,
Perde-se a vida, ganha-se a batalha!
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