Essa é minha última poesia escrita... A última do ano passado e a última de todas! Eu até tenho uma ideia para mais uma, mas ela não está querendo sair...
"Shadows" traz de volta as antigas metáforas mais uma vez. A metáfora das Asas da Infância, da Flor, da Escuridão e do Amanhecer... Acho que essa poesia pode ser uma boa prévia do quarto livro da Casa das Hostesses (apesar de falar tão intimamente de mim... Mas acho que tudo fala, não?)
Acho que um dos meus versos preferidos é "Na escuridão, não se pode nem mesmo morrer..." da terceira estrofe. Assim como em "Wayback Into Love" eu coloquei aquela frase de que era pior sobreviver à uma tragédia do que morrer em uma, esse é um pensamento intrigante... Porque morrer é muito fácil, mas viver quando se deseja morrer é realmente difícil... Quando você realmente deseja com todas as forças que tudo acabe para que o sofrimento passe, mas algum motivo te impede... Acho que eu rodei, rodei e não cheguei a lugar nenhum tentando explicar o verso *ri* Mas é a ideia de que morrer seria fácil demais...
Novamente eu falo sobre a chuva, mas vocês já tiveram explicações demais sobre ela, não? Então, acho que todo mundo entendeu essa parte *ri* Só vou chamar atenção para o verso "A chuva não é luz, mas me vejo" que eu gosto demais de ter escrito!
Agora, a última estrofe... É minha preferida! "Minha chuva, a tristeza não afoga,/ Desolação que sufoca meus passos,/ Ofegante, eu caio aos pedaços.../ Minha alma pela luz roga,/ Sem forças, me carrego em meus braços!"
Gosto da ideia de dizer "Minha chuva" porque completa os versos "Esse lugar faz chover incessante/ Ou talvez seja só meu desejo..."
A ideia de cair aos pedaços exprime exatamente essa sensação de dor profunda e desejo de morrer... É como se você não conseguisse mais ser inteiro depois que esse pensamento aparece pela primeira vez na sua cabeça...
Se carregar nos próprios braços, mesmo sem forças é a maneira mais próxima que eu encontrei de expressar como você consegue colocar um pé na frente do outro mesmo quando está nessa escuridão profunda... É o único jeito de se manter em pé, de viver, de falar... Se carregando nos braços...
E assim, eu fecho o Poetry Time, com a esperança de que esses pedaços da minha alma tenham entretido alguém! Da primeira a última poesia não tem só uma passagem muito grande de tempo como também uma mudança visível de personalidade e um crescimento, um amadurecimento, talvez...
Poesia do dia 1 de março de 2014 (sábado)
Shadows
Antes, tudo era escuridão
E eu vivi nela até meus olhos se acostumarem
Com vultos, vi imagens se formarem...
Achei que aquilo era visão!
Achei que dava para as luzes me encontrarem...
O caminho era longo, o fim, distante,
Muitas vezes, tropecei e caí...
Não havia muito mais que sentir...
Havia só a promessa farsante
De um dia verdadeiramente existir...
Na escuridão, não há asas, não há flor.
A escuridão é o oposto do amanhecer.
Na escuridão, não se pode nem mesmo morrer...
Mas a morte não se afasta e está na dor...
A escuridão não é mais que sofrer...
Esse lugar faz chover incessante
Ou talvez seja só o meu desejo...
A chuva não é luz, mas me vejo
E a escuridão não perdoa o instante,
Não perdoa meu pequeno lampejo...
Minha chuva, a tristeza não afoga,
Desolação que sufoca meus passos,
Ofegante, eu caio aos pedaços...
Minha alma pela luz roga,
Sem forças, me carrego em meus braços!
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